Cantinho dos Xugos: Parto

Cantinho dos Xugos

Este cantinho é para relembrar todos os pedacinhos que a minha memória vai deixando para trás, poder partilhá-los e voltar a saboreá-los... Desde o dia em que soube que vinhas a caminho, filhote.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Parto

O meu trabalho de parto foi dificil até me deitarem na box. A partir daí foi tudo muito rápido, já estava com 4 dedos de dilatação e chamaram logo o anestesista.
Abençoado homem!!!
Não senti nada, foi mesmo um espectáculo. Eu passei o trabalho de parto toda a tremer, parece que é uma reacção normal, e o meu medo era mexer-me durante a anestesia, e pedi a uma enfermeira muito querida que lá estava para me agarrar porque eu não conseguia controlar os movimentos.
Assim que me deram a anestesia, o J pode entrar. Eram 21:30h.

Quando ele me viu já eu estava muito rafastelada na cama e quase a dormir, o ctg ligado e eu a descansar para o que vinha aí.
A dilatação estava a ser muito rápida, desde os 4 dedos ás 21:30 para a dilatação completa por volta da meia noite.
Tive muita sorte com a equipa que me calhou, aliás, com as duas equipas porque apanhei uma mudança de turno. Mas quando eu vejo entrar a enfermeira que esteve nas minhas aulas ppp, nem imaginam como fiquei contente, fiquei mesmo descansada por ela lá estar. E é claro que fui tratada com muito mais cuidado, não tenho dúvidas disso.

Mas mais ou menos nessa altura começo a sentir novamente uma dorzita no baixo ventre, chamei logo a enfermeira para me reforçar a epidural. Mas desta vez, deixei de sentir a coxa direita e parte da barriga, enquanto que da primeira sentia tudo, só não sentia dor.
Mas desde que não sentisse dores eu estava na boa.

A enfermeira parteira ao ver que eu tinha a dilatação toda feita e que a coisa não progredia perguntou-me: rebentaram-lhe as águas?
E eu respondi que não. Então lá ela as rebentou.
O Francisco estava muito para cima e eu não sentia vontade de fazer força, então ela disse-me para fazer força mesmo sem vontade, até experimentaram mudar-me de posição.
Algumas contrações depois, lá começo a sentir uma pressão.
Pronto, já não sairam mais dali e começámos mesmo á séria.
Nas contrações eu tinha de fazer força, muita força, mas como eu não conseguia perceber quando começavam as contrações, punha a mão junto ao estomago e quando sentia começar a enrijecer fazia força.
Elas diziam para eu não soltar o ar enquanto fazia força, mas eu tinha aprendido assim nas aulas ppp, e sentia que se não soltasse o ar, não fazia as forças nos locais certos, estava a fazê-las na cabeça. A enfermeira já me carregava na barriga nessa altura, porque o Francisco já estava assim há muito tempo. Vi perfeitamente no meio de uma contração a tesoura a passar, mas não senti nada. Passaram algumas 5 contrações em que fiz como me mandaram, mas depois ao ver que aquilo não avançava e que estava a ficar estafada, comecei a fazer como aprendi, e aí sim, senti que conseguia. O meu menino estava com o cordão á volta do pescoço, e secalhar por isso custou tanto a descer. Assim que ele saiu, senti um alivio tão grande, fiquei deitada para trás completamente de rastos e a pensar: ainda bem, já acabou, consegui.
Eram 1:20 h da manhã.
Depois de mo mostrarem foram fazer os testes e limpa-lo. Estive sempre a vê-lo mas não dava para ver a carinha dele, e eu só queria que se despachassem para o poder ver bem.
Perguntei á minha enfermeira quanto tinha ele na escala de apgar, e ela respondeu: Sabe o que isso é? Eu respondi que sim, que tinha tentado sempre manter-me nformada de tudo o que se passou na minha gravidez. Então lá me disse, 9 no 1º minuto e 10 no 5º minuto.
Fiquei descansada. O meu menino estava bem.

Eu estava um bocado receosa que o J se sentisse mal, porque ele não pode ver agulhas e sangue, enfim, coisas de hospital.
Mas realmente fiquei surpreendida e muito orgulhosa do meu gaijo, portou-se á altura. Foi uma grande ajuda e um apoio enorme. Não teria conseguido sem ele. Se vissem a cara dele quando viu o Francisco... Foi logo para o outro lado da cama para ir para o pé dele.
Eu nessa altura não o consegui ver bem, só depois de o limparem e vestirem é que vi mesmo a carinha dele. Meu rico filho, coisinha mais linda. Ficámos ali os dois a babar para cima dele.
Depois o papá teve de ir embora e o Francisco foi conhecer os avós maternos á sala de espera.
Puseram-me no recobro e passado pouco tempo vieram por o Francisco junto a mim, e assim ficámos os dois a descansar da dura prova que passámos.

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2 Comments:

  • At segunda-feira, 07 agosto, 2006, Blogger Ana Santos said…

    Gostei de ler o teu relato do parto.
    O meu filho júlio também tinha uma circular no pescoço. Podes ler o meu relato do parto em http://lugar-meu.blogspot.com
    jinhos e muitas felecidades
    ana e seus tesourinhos

     
  • At segunda-feira, 14 agosto, 2006, Blogger fmbmamede said…

    Parabéns!!!

    Isso parece que não foi assim tão fácil...isso é que é coragem!!!

    Tem de ser...

    Adorei o teu relato, parece que estou a imaginar a Sandra...

    Desculpa mas ando numa fase em que não consigo evitar andar a cuscar os relatos dos partos e as fotos dos bebezinhos recém-nascidos...é que está mesmo quase...hehe

    ...de cada vez que leio um destes relatos espectaculares fico com um friozinho na barriga...

    Parabéns e muitas felicidades para os 3!!

    O Francisco é Lindo!!! Mais um Princepezinho neste mundo...hehe

    (já agora...boa escolha no nome...de certeza que vai ser bom rapaz...hehe)

     

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