Realmente não pensei que o pós parto fosse tão complicado.
Depois de uma gravidez que foi uma maravilha e de um parto não muito custoso, surpreendi-me com o pós parto. Não é fácil, não é mesmo.
Primeiro não tive leite, nem uma gotinha.
E eu que queria tanto amamentar... Fiquei tão desiludida!
Eu não tinha leite, os mamilos são planos e o Francisco não sabia mamar, resultado: o pior possivel!!!
Quando subi para a enfermaria, a enfermeira veio buscar o menino para tratar dele, e eu disse que não queria que lhe dessem biberon, porque queria amamentar (e sei que se lhe derem biberon se torna tudo mais complicado). Ela veio espremer o meu peito e disse: "tu não tens leite, e o menino tem de comer, eu levo-o e trato dele."
No outro dia continuava sem leite, e eu muito desgostosa lá fui dizer é enfermeira que não tinha leite e que o menino tinha fome.
E ela lá veio confirmar se eu tinha ou não, mais um apertão. E lá levou o bebé para lhe dar comer. De cada vez que ele chorava de fome, eu punha-o á mama, e ele chupava 2 vezes e desistia, simplesmente adormecia outra vez... Eu já estava mesmo a desesperar por não ter leite e por ele não se interessar pela mama, até que percebi o porquê do desinteresse dele... estavam a dar-lhe biberon, e ainda por cima com uma tetina de 3 furos. Fiquei furiosa!
Eu estava desesperada por vir para casa, já não dormia há 3 dias, as auxiliares não se aproveitava uma, as enfermeiras não davam apoio nenhum...
É inacreditável que num serviço tão especial como a obstetricia não haja um cuidado especial com o pessoal, deveria haver um acompanhamento mais cuidado e humanizado. Falam tanto do parto humanizado, e o pós parto??? Eles estão habituados a ver aquilo todos os dias, mas para nós mães é um momento único, para muitas é a primeira vez. Eu falo por mim, não senti qualquer tipo de apoio ou ajuda, senti-me isso sim desamparada, só, confusa, triste...
Por exemplo, de cada vez que eu ía pedir o leite para o Francisco, elas olhavam para mim de lado, não acreditavam quando lhes dizia que não tinha leite, apertavam-me o peito até eu gritar para confirmar e diziam que eu tinha de por o menino á mama para estimular, mas nunca se prontificaram para me ajudar. E eu a aguentar a história toda histoicamente.
Ora eu queria era que o meu menino mamasse na minha maminha, e punha-o sempre na mama antes de lhe dar o biberon. Devia era ter-lhes dito que a culpa de ele não pegar na mama era delas, que eram umas incompetentes, e que não prestavam ajuda nenhuma.
Estava eu em casa há umas 2 horas no máximo quando me subiu o leite, fiquei felicissíma, afinal o meu menino podia mamar, mal sabia eu o que ainda me esperava...
O peito encheu duma maneira que ele não conseguia pegar-lhe, começou logo a encaroçar, doía que se fartava. Uma amiga aconselhou-me a por toalhas bem quentes para amaciar o peito e tentar aliviar com a bomba para depois ele conseguir mamar.
Fiz tudo isso, mas o leite não saia, por muito que eu espremesse.
Tive uma tarde toda a por toalhas, a fazer massagens com óleo de amendoas, a tentar tirar com a bomba, mas nada. Ainda tentei com um spray ( oxitocina), e aluguei uma bomba eléctrica mas nem isso me valeu.
O peito estava enorme, rijo e não havia maneira de sair o leite, nessa noite estive 3 horas na bomba eléctrica e tirei 30ml, foi o único leite que o Francisco bebeu da mãe.
No dia seguinte com as maminha feitas em papa, fui ter com a minha médica que estava de serviço no hospital, e ela depois de me ver e de saber o que eu tinha feito disse-me que eu tinha de secar o leite, porque não ía conseguir suportar mais as dores e o meu leite por algum motivo não saia. Fartei-me de chorar, queria mesmo dar maminha ao meu filhote, mas ela fez-me ver que assim eu não lhe estava a dar a atenção que ele precisava, passava mais tempo de volta do peito do que dele, e que havia uma data de crianças que não mamam e que são fortes.
Passou-me a receita e eu vim para casa. Ainda tentei mais 2 dias antes de começar a tomar os comprimidos, mas tive de me render. Não estava a funcionar e o meu filho precisava de mim!
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