Esta questão (
amamentação), tem vindo a incomodar-me cada vez mais.
Resolvi escrever um post dedicado exclusivamente a essa questão para tentar exonerar o fantasma.
Cada vez que vamos a qualquer sitio é logo : "Dá mama?" Mas o que é que isso tem a ver??? Se for por questões médicas até entendo, mas uma pessoa que só pergunta por ser "cliché", só me apetece responder "MAS O QUE É QUE VOCÊ TEM A VER COM AS MINHAS MAMAS???"
Eu passo a explicar esta minha paranoia, eu era muito restrita em relação á questão da amamentação, tinha a "mania" de julgar as coisas sem ter passado por elas.
Acontece que como o peixe morre pela boca, aconteceu-me a mim.
Quando o meu filho nasceu eu não tinha uma pinga de leite, e não tive enquanto estive no hospital. Acontece que as simpáticas* das enfermeiras começaram logo a dar biberon ao menino e ele a partir daí não se dava ao trabalho de mamar, ele queria era só engolir e pronto! Tentei sempre pô-lo á mama antes de lhe dar biberon, mas ele xuxava 2 vezes e desisitia (ficava a dormir), e eu ficava frustadissima porque queria que ele mamasse. A juntar a isto, o Francisco foi um bebé que nas primeiras 2 semanas só dormia, ele não acordava para comer, eu é que tinha de ter em atenção as horas e ía busca-lo para mamar.
É muito frustrante para uma mãe de primeira viagem quando as coisas correm mal, porque ainda não sabemos como resolver, não temos a experiência, é uma pressão enorme em cima de nós.
Para ajudar á festa, toda a gente perguntava se ele já mamava, e eu ficava a sentir-me pressionada, além de me sentir uma inútil que nem conseguia tratar do próprio filho.
Bastava ter tido a ajuda duma enfermeira quando estava no hospital, alguém que em vez de julgar, ajudasse. Porque eu realmente senti-me perdida.
Aqui há uns tempos, puz um comentário num
blog e que se adequa perfeitamente aqui:
"Há sempre "entendidos" que acham que sabem tudo e que nós somos umas atadas e não percebemos nada disto, e que no tempo deles é que era, e que com eles foi muito pior... Só apetece é mandar dar uma volta. Ou então são os entendidos "estagiários" que ainda não têm filhos mas que acham que sabem mais do que nós, que estamos com eles desde o momento em que nasceram e que diferenciamos os choros e disposições deles."Resumindo e concluindo, não julguem as coisas pela aparência, nem sem antes terem passado por elas.
Eu cheguei á conclusão que o meu filho era mais importante que as minhas mamas, e que por isso valia mais o meu tempo. Tenho pena de não ter amamentado, e de cada vez que ele tem alguma coisa penso sempre que se ele mamasse tinha mais defesas, mas não admito a ninguém que ponha em causa o meu amor pelo meu filho. Gostava de ter recebido ajuda em vez de recriminações e criticas, é uma altura em que nos sentimos muito vulneráveis.
Eu posso recriminar-me e sentir-me culpada, mas mais ninguém tem nada a ver com isso.
É uma questão minha e do meu filho. Sei que da próxima vez já vou saber lidar com a situação, e que provavelmente vou conseguir amamentar.
A maternidade tem destas coisas, ficamos mais fortes, fazemos tudo pelos nossos filhos e não admitimos a ninguém que se entreponha entre nós e os nossos rebentos.
Já me sinto melhor só de pôr isto para fora!
* - Simpáticas não é bem o termo, mas isto é um babyblog, temos de ser decentes.Etiquetas: Mãe